Terra seca, nuvem que não chove Rio que não corre, vou rezar pro meu sertão! Vida morta, gente machucada Terra abandonada Vou rezar pro meu sertão!
Mas não te peço, meu Jesus, nenhuma chuva Pra chover de vez em quando Pra moiar o meu sertão
Tudo o que eu peço é um governante corajoso Que defenda nosso povo E que se sinta nosso irmão
Que tenha força de enfrentar aquela gente Que da seca faz dinheiro, e que não quer mudança não! E dessa vez, em vez de desviar dinheiro Alguém desvie um rio inteiro Pra moiar nosso meu sertão!
Terra seca, nuvem que não chove Rio que não corre, vou rezar pro meu sertão! Vida morta, gente machucada Terra abandonada Vou rezar pro meu sertão!
Quem tem dinheiro pra fazer tantas estrada E um enorme gasoduto E tanta usina nuclear... Se fez a estrada, também faz encanamento E, se tiver bom sentimento Também faz água chegar
Que gente moça ou gente velha corajosa Tenha pena desta terra E jogue um rio no sertão! E, dessa vez, em vez da gente pedir chuva, A gente pede é mais semente E a fome acaba no sertão!